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Esperanca contra o fogo e a motosserra

A reportagem aborda o assunto da devastacao brasileira. Mas tambem fala de duas noticias que deram novo alento a conservacao da Amazonia brasileira: A criacao do Sivam (Sistema de Vigilancia da Amazonia). E a outra boa novidade e a inclusao do mogno entre as especies protegidas pela Convencao Internacional Sobre Comercio de Especies Ameacadas da Fauna e Flora Selvagem (Cites).

Esperana contra o
fogo e a motosserra
O Brasil ainda e um dos paises que mais queimam
e devastam areas florestais no mundo, mas
ja ha bons exemplos de como e possivel reverter
essa situacao nos proximos anos
Nos ltimos cinco meses, duas noticias deram novo alento a conservacao da Amazonia brasileira. Em julho, foi inaugurado o Sistema de Vigilancia da Amazonia, o Sivam, um megaprojeto de 1,4 bilhao de dolares que permitira ao governo ver o que acontece em 5,2 milhoes de quilmetros quadrados de terra, area equivalente a mais da metade da Europa. Ate entao, toda essa vastidao estava relegada a propria sorte. Com o sistema composto por avies, plataformas de coleta de dados por satelite, postos de coleta e anlise de agua, radares fixos e mveis, tudo interligado por satelites, acredita-se que sera possivel, ate o fim do ano que vem, ouvir cada arvore que cai na floresta. A outra boa novidade veio no mes passado com a inclusao do mogno entre as especies protegidas pela Convencao Internacional Sobre Comrcio de Espcies Ameaadas da Fauna e Flora Selvagem (Cites), o que exigira maior fiscalizacao sobre a extracao dessa arvore de madeira nobre e dificultara a comercializacao internacional de madeira cortada de forma irregular. Os ecologistas esperam que as duas medidas tornem coisa do passado o corte irregular de rvores e as queimadas clandestinas na Amazonia.
O ritual de desmatamento da Floresta Amazonica segue uma logica que tem por objetivo arrancar o mximo de lucro da natureza e do solo. As primeiras a ser cortadas so as arvores nobres. Esgotadas estas, vem as mais comuns, ou a chamada madeira branca, util para a fabricacao de compensado e tabuas para a construcao civil. O que sobra nao interessa economicamente e e destrudo pelo fogo para que a terra possa receber alguma atividade que renda mais dinheiro, como a agricultura ou a pecuaria. Em todo esse processo, apenas a retirada de madeira nobre ja e um negocio milionario. Cada metro cubico de mogno raro, bonito e resistente valoriza-se 300 000% desde a extracao na mata ate a venda no exterior. Na floresta, cada metro cubico recem-extraido vale 3 reais, contra os 9 000 reais cobrados por um revendedor europeu. A demanda atual e 36% maior do que trinta anos atras. Isso nao significa que a retirada de madeira seja sempre sinonimo de devastacao. Os Estados Unidos, o pais campeao mundial na exploracao de madeira, com 500 milhoes de metros cubicos por ano, conseguem fazer com que suas florestas cresam 0,3% ao ano. O governo brasileiro tem tentado contornar o extrativismo desenfreado com alguns projetos de reflorestamento. No caso do mogno, a situacao e complexa e os programas para exploracao comercial tem enfrentado problemas, mas ha alguns avancos.
O RISCO MAIOR ESTA NO CERRADO
Nos anos 90, o Brasil alcancou progressos enormes no controle de queimadas. Criou o Proarco, um projeto que controla a devastacao nas bordas da Amazonia, e consolidou a fiscalizacao por satelite. Mesmo assim, em 2002 as queimadas bateram recordes e foram 30% maiores que no ano passado. Areas de cerrado, como a Chapada dos Veadeiros, foram as que mais sofreram com o o fogo. Milhares de animais, como o tamandu ,passaros e pequenos roedores, nao conseguiram escapar dos incendios
Crescem tambem os projetos de exploracao sustentada. Neles, parte-se do principio de que e possivel retirar madeira da mata sem destruir o ambiente e ainda deixar exemplares para exploracao futura. Basta escolher bem a arvore a ser abatida e nao avancar sobre exemplares jovens. Calcula-se que, se os madeireiros cumprissem as recomendacoes do governo para extracao, seria possivel retirar 1 bilhao de metros cubicos de madeira por ano, cerca de sete vezes a demanda mundial, sem esgotar a floresta. Nos ultimos anos, foram demarcados 2,1 milhoes de hectares de reservas extrativistas, de onde se retira a madeira seguindo regras rigorosas. Essa madeira extraida pode ser encontrada em lojas de moveis caros de Sao Paulo e do Rio de Janeiro que exibem mais um chamariz para os clientes: a consciencia tranquila de que nao se esta contribuindo para a destruicao da floresta.